Maíra Melo, endocrinologista, CRM 19.980
A vitamina D é um hormônio e sua maior produção ocorre na pele, induzida pela radiação ultravioleta (UV) da luz solar. Entretanto, a exposição solar prolongada não deve ser estimulada, pois aumenta o risco de câncer de pele e o bronzeamento cutâneo pode criar uma barreira contra os raios UV. Apenas pequenas quantidades dessa vitamina são encontradas em alguns alimentos.
A deficiência de vitamina D tem sido associada a algumas doenças, principalmente as ósseas. Até mesmo no Brasil, um país com níveis elevados de radiação UV, as taxas de deficiência dessa vitamina são altas.
A indicação de dosagem sérica de vitamina D para toda a população não é recomendada. Um posicionamento recente das Sociedades Brasileiras de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) lista as seguintes indicações para solicitação de vitamina D sérica em adultos: idosos, indivíduos que não se expõem ao sol, pessoas com história de fratura ou quedas recorrentes, gestantes e lactantes, pacientes com diagnóstico de doença óssea (osteoporose, osteomalácia, hiperparatireoidismo), portadores de doença renal crônica, síndrome de má-absorção (após cirurgia bariátrica, doença inflamatória intestinal) e pessoas em uso de terapia antirretroviral, glicocorticóides e anticonvulsivantes.
A reposição de vitamina D está indicada para todas as pessoas que tiverem um valor sérico menor que 20 ng/mL. Os indivíduos dos grupos de risco descritos acima devem manter níveis de vitamina D entre 30 e 60 ng/mL. Níveis séricos maiores que 100 ng/mL aumentam o risco de doença renal. O uso indiscriminado de vitamina D pode causar problemas graves. Por isso, sua indicação deve ser feita por médico endocrinologista.