Obesidade, definida como excesso de gordura corporal, representa a doença metabólica mais difundida mundialmente, sendo uma das patologias de maior interesse econômico da atualidade. Acompanha-se de imensa importância científica, uma vez que este evento se correlaciona com outras potenciais patologias, aumentando o risco de mortalidade precoce.
Hoje a obesidade é encontrada em 32% dos homens e 35% das mulheres americanas, e 13,3% das mulheres e 5,5% dos homens da população adulta brasileira, tudo isso provavelmente decorrente de uma mudança comportamental, como nos hábitos alimentares ( sobretudo maior ingestão de gordura ), e menor atividade física na sociedade moderna.
FATORES DE RISCOS
A obesidade é um dos principais fatores de risco para diversas doenças, sabendo-se que um aumento de 20% ou mais de peso corporal é considerado como um alerta para a saúde. Dentre as doenças destacamos Diabetes Mellitus tipo 2, Doenças cardiovasculares , Desordens reprodutivase alguns tipos de Câncer.
CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE
Podemos classificar a obesidade em classes determinadas pelo valor do IMC (índice de Massa Corpórea ).
1. Índice de Massa Corpórea – IMC (peso/altura2).
– Adiposidade normal = IMC 20-24,9 kg/m2
– Sobrepeso = IMC – 25, mas < 30 kg/m2
– Obesidade = IMC > 30 kg/m2
– Obesidade mórbida = IMC > k40 kg/m2 O IMC tem sido utilizado para avaliar o risco de morbimortalidade decorrente da obesidade.
Estudos de Borreli e col. mostraram que indivíduos com IMC maior do que 35Kg/m2 apresentaram um índice de mortalidade 6,9 vezes superior nas mulheres e 4,3 vezes superior nos homens, quando comparados a indivíduos de peso normal.
TRATAMENTOS
TRATAMENTO DIETÉTICO A prescrição de uma dieta de baixa caloria tem sido considerada sempre como a parte crucial e insubstituível do tratamento da obesidade. No entanto, é grande o número de dietas existentes e que muitas vezes são usadas por diversos pacientes sem o devido acompanhamento médico.
A dieta deverá ser hipocalórica (calorias reduzidas), baixa em gordura e açúcares simples e rica em fibras, contudo deve-se respeitar, ao máximo, os hábitos e o estilo de vida do paciente.
TRATAMENTO COMPORTAMENTAL Tão importante quanto a dieta e algumas vezes o uso de drogas antiobesidade é o emprego da terapia comportamental que diz respeito, não sã, a adesão do paciente ao tratamento, assim como o seguimento de alguns pontos cruciais relacionados a terapia como:
a) Comer mais lentamente
b) Não se envolver em outras atividades enquanto come
c) Utilizar pratos pequenos e rasos
d) Deixar comida no prato
e) Manter disponíveis apenas alimentos com baixo valor calórico
EXERCÍCIOS FÍSICOS A atividade física é fundamental para a saúde do indivíduo, também colaborando não só para perda , mas também principalmente para manutenção do peso.
Os exercícios podem ser divididos em atividades não programadas e programadas. Dentre as atividades não programadas temos: diminuir o uso do controle remoto, diminuir o uso do telefone sem fio, não usar escada rolante, sempre que possível ir ao trabalho ou aos estudos a pé. A atividade programada é aquela onde o paciente determina um horário diário para exercitar-se podendo escolher aquele exercício que seja agradável de praticá-lo, contudo é imprescindível uma avaliação clínica antes. O tempo para essa prática não deve ser menor do que 30 minutos.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Quanto à abordagem farmacológica, é inevitável a conclusão de que esta é extremamente importante para esta patologia. Deve-se buscar um fármaco que auxilie de forma efetiva e continuada o paciente, devendo a seleção desta ser individualizada.
O FDA elaborou alguns critérios para definição da droga ideal para o tratamento da obesidade. São eles:
(a) Drogas que tenham um longo prazo de ação ou ajam indefinidamente.
(b) Drogas que demonstrem um benefício maior do que a dieta, exercícios e modificação comportamental.
(c) Drogas que em um ano promovam uma perda de peso 5% maior do que aquela provocada por placebo.
(d) Drogas que melhorem comorbidades e a qualidade de vida.
(e) Drogas que sejam seguras.
Devemos destacar que o sobrepeso e a obesidade são disfunções crônicas, o que estabelece a necessidade do tratamento ininterrupto, passando portanto por modificações comportamentais , tais como reformulação dos hábitos alimentares e atividade física continuada, usando-se quando necessário a ajuda dos fármacos indutores de perda de peso, todos com o objetivo de fazer que haja perda e principalmente manutenção do peso estabelecido como o adequado.