Estudos apontam que 60% da população brasileira, mais de 100 milhões de pessoas, podem ter nódulo na tireóide em algum momento da vida. Desse percentual, apenas 5% a 10% pode se tornar um tumor maligno. Para garantir que o quadro não se agrave é fundamental garantir um diagnóstico rápido. Diante deste cenário o especialista e presidente da Sociedade Americana de Tireóide, Hossein Gharib, garantiu que a ultrassonografia é um dos exames mais eficazes na identificação do nódulo, já que oferece mais precisão no diagnóstico. “Quando deixamos o método tradicional e partimos para os exames mais sofisticados o índice de percepção sobe para 50%”, afirmou o norte-americano.
Com o tema “O que mudou na avaliação do nódulo tiroidano”, Gharib apresentou novos estudos sobre o tema, durante conferência na 16ª edição do EndoRecife, nesta quinta-feira (27), em Muro Alto, litoral Sul do estado. O estudioso norte-americano lembrou que tempos atrás, a única forma de identificar a tireóide era por meio de palpação, método que só permitia identificação de 5% a 7% dos nódulos, geralmente com mais de um centímetro.
“A gente não consegue diagnosticar nódulos com menos de um centímetro, sem a ajuda de métodos complementares, como por exemplo, a ultrassonografia”, resumiu o endocrinologista pernambucano Luiz Griz, moderador da conferência. A descoberta do nódulo tiroidano, entretanto, não deve causar despero nos pacientes, uma vez que 90% dos casos identificados pelos exames são benignos, completou Luiz Griz. E mais, não são todos os nódulos que precisam ser retirados cirurgicamente. Os que medem, por exemplo, entre 10 ml a 1 cm tem indicação de uma pulsão.
“Não é comum se preocupar com pequenos nódulos, mas é bom ter métodos de investigação”, completou. Griz garante que os exames são confiáveis e que revela até um tumor suspeito. Quando identificado, é necessário realizar uma biopsia. Vale ressaltar que as pessoas com indicativo da doença devem ser acompanhadas por um endocrinologista.
Durante a conferência, Gharib também apresentou novos métodos que podem evitar uma cirurgia desnecessária em caso de tumor benigno. Neste caso, são realizados testes moleculares, que ainda estão em fase inicial de utilização e não estão disponíveis no Brasil. Quanto ao tratamento, o especialista ressaltou que houve mudanças nos últimos anos. “Não se usa mais, por exemplo, a reposição hormonal como forma de tratamento de um nódulo benigno”, explicou o conferencista, ressaltando que é necessária uma investigação do histórico do paciente para começar o tratamento.
A GLÂNDULA – guarda uma relação complexa com outras estruturas anatômicas do corpo, como veias, artérias, músculos e nervos –, e produz os hormônios tireoideanos, responsáveis por diversos controles do organismo, como as batidas cardíacas, os movimentos intestinais, o poder de concentração do cérebro, o tônus da musculatura e a respiração celular.
Essa poderosa glândula, que em um adulto tem em média 4 cm e pesa 20g, influi no crescimento de desenvolvimento de crianças e adolescentes e a sua disfunção no adulto leva a varias conseqüências. Entre elas, problemas de concentração, sonolência, apatia e o mal funcionamento do coração. A glândula tireoide está situada na frente dos anéis da traqueia, entre o pomo de adão (proeminência da laringe no meio da região anterior do pescoço) e a base do pescoço, onde se localiza a fúrcula esternal.