Opções de tratamento para diabetes tipo 2 também combatem problemas cardiovasculares

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Tratar o diabetes tipo 2 e minimizar os riscos de doenças cardiovasculares. As opções de tratamento para alcançar estes objetivos foram debatidos por três especialistas da área, nesta quinta-feira (27), durante o EndoRecife 2013, maior encontro regional de endocrinologia do país, que acontece em Muro Alto, litoral sul pernambucano. A diabetes preocupa por ser uma doença silenciosa, e a do tipo 2, em especial, é ainda mais preocupante tendo em vista que compreende cerca de 90% dos casos.

Nos pacientes com esse quadro a insulina é produzida pelas células beta pancreáticas, porém, sua ação está dificultada, caracterizando um quadro de resistência insulínica. Isso leva a um aumento da produção de insulina na tentativa de manter a glicose em níveis normais. Quando isso não é mais possível, surge a diabetes. A instalação do quadro é mais lenta e os sintomas – sede, aumento da diurese, dores nas pernas, alterações visuais – podem demorar vários anos até se apresentarem. Caso não seja reconhecido e tratado a tempo, também pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma.

Durante o debate sobre o tema o endocrinologista pernambucano Amaro Gusmão apresentou estudo sobre o antidiabético oral Metformina, utilizado em pacientes com diabetes tipo 2. De acordo com Gusmão, a substância, que atua nos principais órgãos atingidos, também oferece benefícios ao sistema cardiovascular.  “A Metformina é o primeiro medicamento indicado para pacientes tipo 2, pois atua nos principais mecanismos de defesa contra o diabetes”, completou o palestrante, garantindo que estudos apontam que o antidiabético também age com eficiência em pacientes com problemas cardiovasculares e mulheres com ovários policísticos. Além disso, é possível ter bons resultados em pacientes com obesidade.

Ainda sobre o tema, o conferencista mineiro Saulo Cavalcanti desmistificou os “mitos” e “realidades” sobre a Sulfonilureia, fármaco que promove a liberação de insulina a partir de células do pâncreas. “Os mitos têm potencial para influenciar negativamente os resultados dos tratamentos. Nós temos que ter muito cuidado com o marketing da indústria”, advertiu.

Já o endocrinologista Ruy Lyra destacou os efeitos positivos do uso das Incretinas, substâncias que regulam o metabolismo da glicose e também podem trazer outros benefícios. Lyra apresentou estudos que evidenciam a ação dessa substância na diminuição da pressão arterial e prevenção de lesões renais. “Estudos recentes apontam que o uso das Incretinas também inibe lesões causadas pelo Mal de Parkinson”, revelou.

A mesa redonda que debateu o tema reuniu profissionais de todo o país. O pernambucano Raimundo Sotero enfatizou a qualidade da discussão. “Estamos diante de um grupo que têm como objetivo trazer o que existe de mais novo do tratamento do Diabetes no mundo”, comentou Sotero, que foi o moderador da mesa formada por Amaro Gusmão, Ruy Lyra e Saulo Cavalcanti.

FÓRUM – Em julho, São Paulo recebe o Fórum Latino Americano de Diabetes. O encontro já conta com 12 palestrantes internacionais e vai ser realizado nos dias 26 e 27.  As inscrições podem ser feitas pelo endereço: www.growup-eventos.com.br. O evento é promovido pela Associação Latino Americano de Endocrinologia (ALAEM).