Mais sociedades contrárias à prática da modulação hormonal

  • HOME
  • NOTÍCIAS
  • Mais sociedades contrárias à prática da modulação hormonal

O posicionamento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e de várias sociedades médicas contra a chamada Modulação Hormonal, prática sem comprovação científica e não reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, vem ganhando novas adesões. As mais recentes são do Conselho Federal de Odontologia (CFO) e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). O movimento vem denunciando o exercício ilegal, inclusive por parte de profissionais não médicos, de terapias sem eficácia conhecida e com emissão de opiniões controversas, que colocam em risco a saúde dos pacientes, especialmente quando difundidas em redes sociais.

O CFO publicou a Resolução número 199/2019, que proíbe a realização de terapias denominadas de modulação e/ou reposição, e/ou suplementação, e/ou fisiologia hormonal por cirurgiões dentistas fora de sua área de atuação. Além de proibir as terapias, o CFO proíbe o cirurgião-dentista de realizar cursos e palestras sobre terapias de modulação e/ou reposição, e/ou suplementação, e/ou fisiologia hormonal ou outra denominação não reconhecida cientificamente. A diretoria da SBEM entregou ofício ao CFO durante reunião em Brasília realizada no dia 15 de janeiro.

Com a divulgação de mensagens na internet sobre a não existência de células malignas, a atribuição do surgimento do câncer à carência de hormônio e a divulgação da cura da doença por meio do uso de reposição de testosterona, feitas por profissional autodeclarado “especialista em modulação hormonal”, a SBOC também se posicionou, apontando como um absurdo científico, não encontrando amparo em qualquer publicação médica respeitável. Além de ser um desrespeito aos doentes que, na busca por tratamentos para seus males, aceitam informações que oferecem promessas de cura.

A SBOC esclarece em nota que a reposição de testosterora não tem ação significativa contra tumores, pode ter efeito deletério sobre o paciente em tratamento oncológico e, em alguns casos, tem mesmo a capacidade de acelerar a progressão do câncer e de aumentar o risco de morte. A Sociedade apoia o alerta emitido pela SBEM no dia 4 de janeiro deste ano, corroborando a Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1999/2012, que estipula que a reposição de deficiências de hormônios e de outros elementos essenciais se fará somente em caso de deficiência específica comprovada e com benefícios cientificamente comprovados.