Atualmente, se observa um aumento na prescrição e uso muito grande do hormônio masculino (testosterona). Entre 2000 e 2012, foi observado nos EUA uma elevação de 10 vezes na venda desses hormônios e derivados.
Durante o Endorecife 2015, o tema foi pauta da palestra desta sexta (22), proferida pelo endocrinologista Alexandre Hohl, Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
De acordo com ele, o uso da testosterona só é indicado se for detectado a falta de produção naturalmente no organismo, tornando a reposição necessária. “Assim como qualquer hormônio, quando o organismo não produz ou se produz de forma insuficiente, é essencial a indicação de reposição hormonal”, esclarece Hohl.
A grande discussão é que atualmente, homens e mulheres têm usado a substância sem indicação médica, objetivando ganho de massa muscular para fins estéticos, o que é terminantemente proibido. “Nesse caso, os malefícios vão desde o aparecimento de uma espinha a infertilidade, no caso do homem. Já com as mulheres é ainda mais grave. Os sintomas vão desde o surgimento de pelos pelo corpo, aumento no tamanho do clitóris, a engrossamento da voz, isto para citar alguns”, afirma o endocrinologista.
Segundo ele, o melhor caminho para que essa prática seja banida está no acesso à informação, através de campanhas de conscientização, em especial nas academias, onde se encontra um potencial público consumidor. “A informação ainda é a melhor forma de prevenção para evitar que o uso de substâncias como a testosterona, que infelizmente pode ser compra livremente pela internet, por exemplo, seja barrado”, finaliza o presidente da SBEM.