Não existe fórmula pronta para a reposição hormonal

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reposicao-hormonal-5-47O estrogênio e a progesterona são os principais hormônios femininos. Mas com o tempo, ocorre uma queda na produção desses hormônios pelo organismo, causando uma série de problemas, daí a necessidade de fazer a reposição. De acordo com especialistas, não são todas as mulheres que podem passar por esse procedimento. É o caso daquelas com alto risco de câncer de mama, do endométrio e de útero, além daquelas que tem histórico de trombose. Nesses casos, são necessários métodos alternativos, como reposição de cálcio, vitamina D, hormônio local vaginal, entre outras alternativas.

Essas opções de tratamento foram tema da explanação da carioca Amanda Athayde, nesta sexta-feira (28), segundo dia do EndoRecife, congresso regional de endocrinologia que acontece até sábado (29), em Muro Alto, litoral Sul de Pernambuco. Bastante animada, a especialista interagiu com os convidados e tirou dúvidas sobre o assunto. De modo geral, a reposição hormonal é indicada para mulheres que se aproximam da menopausa, ou seja, quando a produção dos hormônios diminui. Nessa fase inicial, aparecem sintomas como perda de memória, ondas de calor, e atrasos no ciclo menstrual.

De acordo com a endocrinologista, isso se dá pela queda na produção da progesterona, hormônio produzido 12 dias por mês e que é responsável por preparar a camada interna do útero para a gravidez. Com a sequência de ovulações ao longo da vida, ocorre uma queda na produção desse hormônio. Por isso, inicialmente, se repõe a Progesterona, “enganando” o útero, e a mulher passa a menstruar normalmente. Se a paciente deixa de menstruar, mesmo tomando progesterona, é porque o estoque de estrogênio acabou, e os sintomas voltam, e chega a hora de repor esse hormônio.

A palestrante alertou também para o risco da utilização dos hormônios bioidênticos, que são substâncias que possuem a mesma estrutura dos hormônios produzidos pelo corpo. “Hoje em dia há uma parcela de médicos que utilizam o termo para receitar combinações de hormônios que misturam vários tipos de estrogênio, testosterona, progesterona em gel, e fazem a mesma fórmula para todo mundo”. De acordo com a especialista, se a mulher tomar um hormônio que não precisa, acaba sendo extremamente prejudicial para a sua saúde, causando até sangramento no útero.“É essencial que esse tipo de medicamento seja feito em laboratórios de confiança e com controle de órgãos governamentais”, afirmou.

A especialista ressaltou ainda que é preciso que o médico esclareça para a paciente os benefícios da reposição hormonal, assim como seus efeitos colaterais. “Com o esclarecimento, vai ser possível que a mulher decida fazer o tratamento para evitar problemas posteriores e não só para eliminar sintomas desconfortáveis”,finalizou.